"Se não nos é possível atinar para que vivemos, todo o esforço consciente é tentar sentir o como viveram e vivem em nós as culturas interdependentes e sucessivas, de que somos portadores,intérpretes,agentes e reagentes no tempo e no espaço..."
Luís da Câmara Cascudo

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Valei-me Santo Antônio!!! rsrsr



Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Que me desse um matrimônio
São João disse que não
São João disse que não
Isto é lá com Santo Antônio

Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Que me desse um matrimônio
Matrimônio, matrimônio
Isto é lá com Santo Antônio
Implorei a São João
Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio
São João ficou zangado
São João só dá cartão
Com direito a batizado

Implorei a São João
Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio
Matrimônio, matrimônio
Isto é lá com Santo Antônio

São João não me atendendo
A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso
Disse o velho num sorriso
Minha gente eu sou chaveiro
Nunca fui casamenteiro

São João não me entendendo
A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso
Matrimônio, matrimônio
Isto é lá com Santo Antônio

Pedro, Antônio e João
(Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago)

Matrimônio Matrimônio isso é lá com Santo Antonio







O filho de Stº Antônio
(canção de um devoto)

                                                                        
Bem sei, criança estouvada
Que por artes do demônio,
Furtaste, a noite passada,
O filho de Santo Antônio!
E sem medo, sem piedade,
Cheia de um ímpio alvoroço,
O mimo do pobre  frade
Correste a esconder no poço!
Arrepende-te.  Chiquinha,
Vida minha,
Minha linda tentação!
A divindade perdoa,
Terna e boa,
Os erros do coração.
Ah! que fizeste, insensata?
Demo gentil, que fizeste?
Por causa de um’alma ingrata
Tu’alma pura perdeste!
Tira depressa a criança
Do frio asilo onde está,
Tem nos santos esperança,
Que teu amor voltará.
Ainda é tempo, Chiquinha,
Rola minha,
Minha rosada ilusão!
A divindade perdoa,
Terna e boa,
Os erros do coração.
Acende uma vela benta
Junto ao santo que ofendeste,
Lançando a mão violenta
Contra o pirralho celeste.
Leva-lhe linda toalha
Cheia de finos bordados,
Talvez a oferta lhe valha
O olvido dos teus pecados.
Não te demores, Chiquinha,
Trigueirinha,
Que tens por cetro a paixão!
A divindade perdoa,
Terna e boa,
Os erros do coração.
E quando alcançado houveres
A remissão, minha vida,
Mais formosa entre as mulheres,
Vem, mimosa arrependida,
Vem que o santo receoso
De novo furto, quiçá,
Velará por teu repouso,
Nosso amor protegerá…
Não percas tempo Chiquinha!
Glória minha!
Minha dourada visão!…
A divindade perdoa,
Terna e boa,
Os erros do coração.





Luís Nicolau Fagundes Varella, (RJ 1841 – RJ 1871) ou Fagundes Varelaleira de L, poeta brasileiro e um dos patronos na Academia Brasileira de Letras.